segunda-feira, 27 de agosto de 2012

ÍNDICE DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA CONTINUA A CRESCER NO BRASIL


Cerca de 1,1 milhão de adolescentes engravidam por ano no Brasil e esse número continua crescendo. O índice de adolescentes e jovens brasileiras grávidas é hoje 2% maior do que na última década; as meninas de 10 a 20 anos respondem por 25% dos partos feitos no país, segundo o Ministério da Saúde.
Estudo da Organização Mundial da Saúde mostra que a incidência de recém-nascidos gerados por mães adolescentes com baixo peso é duas vezes maior que o de mães adultas. A taxa de morte neonatal é três vezes maior. Esse são apenas alguns dos problemas da gestação na adolescência. Também há outra questão: as meninas que ficam grávidas acabam deixando de estudar para cuidar do bebê.
Numa tentativa de combater esse problema, nesta semana a Prefeitura de Porto Alegre deu início a um programa de combate à gravidez precoce. O método contraceptivo que será utilizado é o implante subcutâneo. Os anticoncepcionais estão sendo oferecidos a meninas carentes de 15 a 18 anos. Ao todo, 2,5 mil implantes foram doados por uma ONG para o programa.
Colocados sob a pele, os implantes impedem a gravidez durante três anos. As meninas que participam do programa precisam de autorização assinada pelos pais ou responsáveis. O implante foi desenvolvido por um laboratório holandês e, pela primeira vez, será usado em larga escala em saúde pública no Brasil. A coordenação do programa é da Prefeitura de Porto Alegre.
Além de diminuir os índices de gestação na adolescência, a proposta é desenvolver o vínculo das meninas com as unidades de saúde e orientar, acompanhar e fazer a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Consta no plano de trabalho do convênio que serão solicitados exames complementares neste primeiro momento.
Como funciona o implanteO implante é inserido debaixo da pele, na região do braço. Durante três anos, ele libera diariamente na corrente sangüínea as doses necessárias de hormônio para inibir a ovulação, evitando, assim, a gravidez.  A inserção é feita em alguns minutos pelo médico no consultório. Através de um aplicador, o implante é colocado na parte anterior do braço escolhido, cerca de seis a oito centímetros da dobra, com anestesia local.
Contraceptivos disponíveis na rede públicaOs métodos anticoncepcionais disponíveis nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) são a pílula comum, a minipílula (utilizada pelas mulheres durante a amamentação), a pílula de emergência (do dia seguinte), as injeções anticoncepcionais, as camisinhas masculina e feminina e o Dispositivo Intra-Uterino (DIU). Entre os métodos de contracepção definitivos, que eliminam as possibilidades de gravidez futura, estão as cirurgias, como a vasectomia (nos homens) e a laqueadura (ligadura de trompas nas mulheres), que são feitas após recomendação médica.
Em 2005, três milhões de mulheres receberam, por meio do SUS, quase 20 milhões de cartelas de pílulas anticoncepcionais. O governo gastou R$ 19.998.587,50 na compra desses medicamentos.

"Essas meninas têm muito em comum, mães ou irmãs que também deram à luz na adolescência. Renda familiar baixa e o fato da gravidez fazer com que interrompam os estudos. O que acontecerá com Daiana, Bruna e tantas outras meninas com a mesma história? Será que vão conseguir voltar aos estudos, educar os filhos, romper o ciclo da pobreza? Ou como Luciana, vão chegar na próxima fase da vida com mais e mais filhos?" (Dr. Dráuzio Varella. "Filhos deste solo".)




domingo, 26 de agosto de 2012


Estudo aponta que gravidez na adolescência é 'hereditário'

Em 69% dos casos, avó materna também foi mãe quando jovem
Em 69,2% dos casos de gravidez na adolescência, a avó materna também foi mãe quando adolescente. É o que aponta levantamento da Secretaria da Saúde realizado com 428 mães e companheiros adolescentes atendidos na Casa do Adolescente de Pinheiros, zona oeste da capital paulista, entre agosto de 1997 e julho de 2008.
O estudo apontou também que 80,5% dos bebês nascidos de mães adolescentes dependem de ajuda financeira da família materna. Das adolescentes entrevistadas, 66,8% viviam consensualmente com o parceiro, 20% permaneceram solteiras e 10,5% estavam casadas. O início médio da atividade sexual das jovens foi aos 15,1 anos.
Do total de adolescentes ouvidas, 86,3% não tinham o desejo de ficarem grávidas. No entanto, ao engravidar, só 18,9% usavam anticoncepcional oral e 15,4% afirmaram usar camisinha nas relações sexuais. Outras 2,3% informaram usar anticoncepcional injetável.
Ainda segundo o levantamento as adolescentes normalmente têm filhos de pais cinco anos mais velhos. A idade média das jovens entrevistadas foi de 17,5 anos, enquanto a dos companheiros, de 22,5.
"As meninas, no geral, têm informações suficientes sobre métodos contraceptivos e sabem que podem engravidar caso não se protejam. Até porque em grande parte dos casos há o histórico de gravidez precoce da própria mãe. O sentimento de insegurança em relação aos parceiros e a vulnerabilidade emocional foram os principais fatores que levaram essas adolescentes a engravidar", afirma a ginecologista Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente da Secretaria.
Menos casos -  O Estado de São Paulo teve, em 2007, o menor número de adolescentes grávidas da última década, segundo balanço da Secretaria em parceria com a Fundação Seade. Foram 96.554 menores de 20 anos de idade grávidas no ano passado, contra 100.632 em 2006. Na comparação com 1998, quando houve 148.018 casos, a redução chega a 34,7%. Pela primeira vez o total de casos não chegou a 100 mil.
A queda no número de casos de gravidez na adolescência vem ocorrendo ano a ano. Em 1999 foram registrados 144.362 ocorrências no Estado.  Em 2000 foram 136.042. Já em 2001 houve 123.714. Em 2002, 116.368. Em 2003 foram 109.082, em 2004, 106.737 e, em 2005, 104.984.
As adolescentes grávidas de 2007 representaram 16,25% do total de partos. Esse índice foi de 16,6% no ano anterior, 16,9% em 2005, 17,0% em 2004, 17,5% em 2003 e 18,4% em 2002.
"A ocorrência de gravidez precoce está em pleno declínio no Estado de São Paulo, fruto de um programa que ressalta a informação sobre sexo seguro mas também lida com o comportamento juvenil, trabalhando as emoções, medos e inseguranças dos adolescentes que podem levá-los a um comportamento de risco", afirma o secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.
Da Secretaria da Saúde

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Depoimentos de adolescentes/Riscos para a criança.


Nascem por dia no Brasil, frutos de uma gestação precoce, cerca de 23 bebês, filhos de mães pouco mais que meninas. Quase 9 mil partos entre adolescentes foram registrados em 2011. Uma juventude inteiramente perdida.

Na última sexta-feira (09/03), às 8h da manhã, M., uma adolescente de 17 anos, chega à Unidade de Saúde de Boa Vista, na Serra, município da Grande Vitória - ES. Ela veio trazer a filha de 1 mês e 6 dias para uma consulta de rotina com a pediatra.

A garota engravidou do namorado, de 19 anos, e teve que abandonar os estudos. Deixou de lado a boneca e os sonhos para cuidar da filha. Se pudesse voltar atrás, M. pensaria duas vezes.

- Eu tinha o sonho de ser médica. Tive que deixar isso de lado por causa da minha neném. Não me arrependo do que fiz, mas descobri que gravidez não é brincadeira, é coisa séria e deve ser encarada assim. Hoje estou madura para pensar dessa forma. Quando fiquei grávida, não tinha ideia - lamenta.

Na mesma sala de espera da unidade de saúde, C., outra menina mãe, conta sua história.

- Eu tenho 17 anos. Tenho uma bebê de um ano e três meses e estou grávida da minha segunda filha.

Ela explica que começou a namorar cedo, escondido dos pais.

- Eles não queriam que eu namorasse, por isso decidi arrumar um filho. Agora eles não podem falar mais nada. Vivo com meu namorado. Minha família me deixou de lado - diz a menina, que afirma não estar arrependida do que fez, já que a filha é a alegria de sua vida.

A médica pediatra Sylvia Bahiense tenta explicar estes comportamentos inconsequentes e rebeldes.

- Essas meninas acham que elas nunca vão ficar grávidas, não vão pegar uma doença sexualmente transmissível. Por isso, se entregam - afirma.

Ela trabalha há cerca de 10 anos com adolescentes grávidas e conta que as meninas estão começando a vida sexual cada vez mais cedo.

- Já conheci crianças com 10, 11 anos grávidas. São crianças carregando outras crianças - explica.

A Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo - Sesa registrou, em 2011, quase 9 mil partos entre crianças e adolescentes de 10 a 19 anos. A cada dia nascem, pelo menos, 23 bebês de gestação precoce.

São muitos os problemas de saúde que podem afetar a jovem grávida. Abaixo dos 18 anos, dobra o risco de anemia, o que, inclusive, traz mais complicações para o parto, diz Marco Aurélio Galleta. Já para o bebê, aumenta a possibilidade de ele vir ao mundo prematuro ou malnutrido. O corpo da adolescente, ainda em desenvolvimento, compete com o do feto, que também está crescendo, explica o ginecologista. Sem contar que ela é mais suscetível à cesariana, a possíveis infecções e à depressão pós-parto. Também dobra o risco de pré-eclâmpsia, doença caracterizada por hipertensão e inchaço, e multiplica-se por nove o da eclâmpsia propriamente dita, uma evolução da encrenca, capaz de levar a convulsões, ao coma e até mesmo à morte da jovem mãe.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Depressão pós-parto

Aceitar a gravidez na adolescência não é tarefa fácil... Lidar com a depressão após o nascimento do bebê também não! 

Bruno B. Soraggi

Luana* se lembra “perfeitamente” daquele dia 24 de dezembro de 2000. Não por ser a última véspera de Natal do milênio, mas pela chegada de um presente inesperado. Então, com 19 anos de idade, a garota descobriu, no banheiro da casa da família de seu namorado, que estava grávida. A data foi tão marcante que até hoje, quase nove anos depois, ela consegue descrever detalhadamente tudo o que aconteceu naquela tarde. “Fomos ao shopping e eu comprei uma TV de presente para o meu namorado. Na volta, conversamos sobre o atraso da menstruação. Já estávamos aflitos, então ele comprou o teste. Nem esperamos pela primeira urina da manhã, fizemos logo e saiu o resultado”, conta. “Positivo!”.

“Eu fiquei nervosa. Ele me abraçou, feliz. Me acalmou”, diz. A notícia, porém, só foi repassada à família após as festas de final de ano. “Essa parte foi ‘engraçada’. Eu estava na faculdade e ele foi para minha casa contar para os meus pais sem eu saber, sozinho. Minha mãe não gostava muito dele, então eles contam que ele tremia muito, mas teve coragem de enfrentar todo mundo. Eu gostei dessa postura dele”, lembra. Daí para o próximo passo, sendo ela de família “tradicional muçulmana”, não havia muito que pensar: como abortar estava “fora de cogitação”, eles deveriam se casar. Foi o que aconteceu no dia 10 de fevereiro do ano seguinte. 


30 aos 20

“Ele já falava em casamento [antes], mas eu não queria. Achava que era muito nova. Eu gostava muito dele, mas ele tinha 20 anos. Ele era técnico em informática, não ganhava bem. Tanto que andávamos a pé para economizar dinheiro para o McDonald’s. Não tinha condições de casar. Já eu tinha uma família que me dava tudo, não queria trocar esse conforto”. 

“Ele até tinha um apoio financeiro do pai, mas não era isso que eu esperava de um homem. Para a minha família, sair de casa é sair de casa. Ela dá apoio para o filho levantar voo, mas dali em diante é com ele. Fui criada assim e esperava o mesmo dele; que ele assumisse o controle. Que com ou sem dinheiro fizesse o possível para garantir a estabilidade familiar”. 

Não que ela pretendesse ser sustentada. Luana também almejava um dia ter um emprego. “Meu projeto de vida era estudar, me formar, fazer um bom estágio e trabalhar para uma grande empresa. Eu não tinha essa necessidade antes de me formar, mas a gravidez mudou todos os meus planos. O que eu pensava que só iria acontecer aos 30 aconteceu aos 20”, lamenta. Apesar disso, na época, a jovem projetava para seu futuro um casamento feliz. “Ninguém casa pensando em se separar”, constata a garota, já adiantando o desdobramento da relação. 



Depressão, raiva e rejeição

Do matrimônio ao divórcio, que foi oficializado em 2003, o que se sucedeu foi uma temporada de depressão, rejeição e raiva, que acabaram por esfriar tanto a relação marido e mulher como a mãe e filha. “Casar não estava nos planos, interromper a faculdade não estava nos planos... Com a gravidez, e a antecipação de tudo isso de forma desestruturada, fiquei confusa”. 


Já durante a gravidez, as consequências físicas próprias da gestação começaram a afetar Luana. “Eu sempre fui alta, magra e bonita. Tanto que quando era mais nova, fui convidada para fazer umas fotos e eventos, mas nunca aceitei. Mas eu chamava a atenção. Só que durante a gravidez, fiquei enorme! Engordei 18 quilos”. “Além disso, eu tinha o cabelo loiro, mas não podia pintar. Então a raiz ficava ridícula. Aí fui lá e cortei bem baixinho, tipo Joãozinho. Daí fiquei mais ridícula ainda. Eu me sentia mal, não me aceitava”. Ela tampouco aturava seu marido. “Eu não queria sexo e, às vezes, até ouvir a voz dele me incomodava”. 


Pós-parto

Até que Lara nasceu, “perfeita”. Durante os primeiros dias, Luana e a recém-nascida ficaram na casa dos pais da jovem para que a nova avó a auxiliasse. “Eu não queria voltar para casa, queria ficar na casa da minha mãe. Eu só dormia. Era minha mãe quem pegava minha filha e trazia para que eu a amamentasse. Minha mãe fazia tudo: deu o primeiro banho, trocava a fralda... Eu só amamentava, e mesmo assim com raiva. O choro dela me irritava muito”. Quando voltou para sua própria residência, as coisas ficaram piores. “Fiquei ainda mais nervosa, porque eu teria que fazer todas aquelas coisas”. “Os pontos da cesariana doíam, minha cara estava péssima... Quando chegava a noite, eu ia dormir e e o marido é quem cuidava de tudo”.


Certo dia, no limite de sua paciência, Luana tomou a atitude mais drástica desde que entrou em seu período depressivo. “Eu estava louca, já. Durante o dia, ela chorava a cada dez minutos. Até que um dia eu não aguentei mais e chacoalhei ela com força. Me arrependo até hoje”. Com tudo isso, em menos de um mês seu leite secou e a bebê se viu obrigada a beber leite industrial. “O pediatra depois recomendou outro leite, mas que custava muito caro. Lembro-me até hoje: meu marido saiu para conseguir esse leite, mas o dinheiro não dava. Ele foi andando até a fábrica, no Brooklin. Chegou em casa chorando, porque não tinha conseguido. Mas o pai dele foi nos visitar naquele dia e disse que seria o responsável pelo leite dela até quando fosse necessário”, recorda. 


Auxílio na reconquista

Luana continuava “estressada, ansiosa e, ao mesmo tempo, muito triste”. Foi então que decidiu procurar um médico, que a indicou um psicólogo, que a encaminhou para um psiquiatra que, por sua vez, prescreveu medicação. “Logo comecei a tomar Rivotril”. A mãe da jovem também se mudou para a casa da filha. O tratamento de Luana durou até que Laura completasse sete meses de vida. “Nesse tempo, nossa relação [marido e mulher] esfriou muito. Não tínhamos mais nenhum tipo de intimidade. Ele me procurava e eu não correspondia. Ele sempre foi um pai exemplar, coruja. Cuidou muito bem da Lara nessa fase. Ele foi pai e mãe ao mesmo tempo. Eu só vivia azeda”. 


Com o término da terapia, Luana retomou seus estudos no segundo semestre de 2002. “Voltei a ocupar minha mente, a me sentir útil. E voltei a me interessar por algumas coisas, como o sexo”. Para o casamento, porém, isso já se fazia tarde. “Depois de tanta rejeição, ele já não tinha interesse em estar comigo. Tentamos ficar juntos, eu implorava para darmos uma nova chance. Tentei reconquistar minha família, mas foi em vão”.  Separada, a jovem retornou à casa de seus pais. “Continuei minha faculdade e comecei a dar uma atenção especial para a minha família, porque vi quanto mal eu fiz, só que eles eu ainda poderia reconquistar”. E conseguiu. 

Hoje, Luana se considera uma mãe feliz e “apaixonada” por sua filha. “Apesar de separados, ela tem um pai e uma mãe que babam por ela. Ele nunca se afastou dela e temos uma relação muito saudável. Está tudo superado”. Seu atual namorado também tem uma filha de outra relação. “Então não corro o risco de uma nova gravidez. Quer dizer, risco tem, só não está nos planos...”, conclui a jovem. 

*O nome da personagem foi trocado para preservar sua identidade.


domingo, 12 de agosto de 2012

Bate-papo com uma adolescente que passa pela situação

Entrevista feita com uma jovem de 17 anos, que estuda na 2ª série do ensino médio de um colégio estadual e trabalha como atendente de lanchonete. Ela tem um filho de 1 ano e 4 meses e está grávida de novo. 

Quando e como aconteceu a sua primeira gravidez? 
R= Eu tinha 15 anos e não estava esperando. Fazia um ano que eu estava namorando o pai do meu primeiro filho. Eu tinha ido ao médico e ele me receitou a pílula. Só que eu a tomava e sentia vontade de vomitar. Então, fui deixando e não tomava. 

Qual foi a sua reação quando descobriu que estava grávida?
R= Chorei bastante. Fiquei assustada, com medo do meu pai, da gravidez. Fazia um mês que a minha mãe tinha morrido. Foi complicado. 

Qual foi a reação de seu pai? 
R= No começo, ele me deu um sermão, depois ficou do meu lado e pediu para eu não fazer besteira. A minha irmã mais velha não me apoiou. Ela não falava comigo. Depois que o meu filho nasceu, a gente voltou a se falar. 

E a reação do pai da criança?
R= Ele não reagiu bem, queria que eu abortasse, mas eu resolvi assumir. Depois que eu falei com o meu pai e que eles conversaram, a gente terminou o namoro. Mas ele assumiu a criança, registrou e dá pensão. 

E ele te pressionou para fazer o aborto?
R= Antes de eu contar para o meu pai, sim. Ele não queria que eu contasse, falou que a gente ia dar um jeito. A namorada de um amigo dele já tinha abortado com um remédio. Só que eu ia estar me arriscando tomando esse remédio. Podia acontecer alguma coisa e eu ir parar no hospital e o meu pai ia ficar sabendo e seria pior. Então eu preferi contar para o meu pai, sabia que ele não ia me deixar fazer isso. 

Como aconteceu a segunda gravidez? 
R= Também não foi planejada. A gente sempre acha que não vai acontecer com a gente, que pode acontecer com a vizinha, com a amiga, mas nunca com gente. 
Depois que eu ganhei nenê, o médico passou o remédio para mim, mas eu não o estava tomando. Fazia só quatro meses que eu estava namorando e a gente sempre usou camisinha só que, às vezes, não. Foi numa dessas que eu engravidei. 

Quais eram os seus sonhos antes e como está sua vida depois da gravidez?
R= A vida muda. Depois da minha primeira gravidez, mudou completamente. Tive que abrir mão das minhas coisas para ir atrás das coisas do meu filho.Eu não tinha nenhum sonho. Tudo o que eu queria era continuar minha vida normal, estudar e trabalhar. Por enquanto, está indo bem . Quando estou trabalhando, o meu filho fica com meu pai e, quando estou na escola, ele fica com minha irmã, agora ela passou a aceitar mais. 


E o pai do bebê que você está esperando, como ele reagiu?
R=  Ele reagiu bem, até porque ele é mais velho. Tem 28 anos. O pai do meu primeiro filho tem a minha idade e pensou: "Pô, eu tenho uma vida para curtir e agora eu vou cuidar de um filho". Agora, o meu atual namorado já é mais maduro. Acho que na cabeça dele não passou a idéia de aborto, porque ele nunca comentou. Nesta parte, ele se saiu bem.


 http://blogquest-gravidez.blogspot.com.br/p/depoimentos-das-adolescentes-gravidas.html

domingo, 5 de agosto de 2012

Gravidez na adolescência pode ser período tranquilo, dizem especialistas


Ser mãe é uma das fases mais maravilhosas na vida de uma mulher. Mas e quando isso acontece muito cedo? É cada vez maior o número de adolescentes grávidas. Segundo os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, 444.056 meninas e adolescentes brasileiras, entre 10 e 19 anos, tiveram filhos em 2009. Destes, mais de 70 mil é referente aos números do estado de São Paulo, o maior em todo Brasil.
A cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem no Brasil são filhas de adolescentes. Esse índice representa três vezes mais garotas menores de 15 anos grávidas do que na década de 70. O índice de gravidez entre adolescentes cresceu 150% em relação às duas últimas décadas.
Em São José do Rio Preto (SP), a situação é parecida. Dados da Secretaria de Saúde mostram que, em 2011, o número de partos de jovens entre 11 e 19 anos somou 5.214, número quase igual ao de 2010, que foi de 5.223. A porcentagem sobre o total de recém-nascidos em 2011 é de 12,42%.
Em alguns casos, a gravidez pode se revelar como um elemento reorganizador da vida e não desestruturador. É o caso da estudante Barbara Brunca. Com 22 anos, ela foi mãe aos 19 e o susto deu lugar à felicidade com o nascimento do filho. “Quando soube que ia ser mãe não senti minhas pernas, ficou tudo escuro e meu coração disparou. Quando eu contei para meu namorado, hoje meu marido, a felicidade foi tão grande que todas as angústias foram embora”, relata.
Francisco tem hoje três anos e traz felicidade para toda família. “Embora eu tenha sido mãe muito nova, não acho que tenha sido a hora errada. Foi no susto? Foi, mas foi a melhor notícia da minha vida. Minha vida mudou completamente, amadureci muito e dou hoje um valor muito maior para minha família e minha mãe”, conta Barbara.
Barbara e Francisco, que hoje tem três anos (Foto: Divulgação / Eloisa Mattos)
(Bárbara e Francisco, que hoje tem 3 anos)
A gravidez em adolescentes e jovens, embora nem sempre desejada, pode ser uma etapa tranqüila da vida. Ser mãe pode significar amadurer. É o que garante a psicóloga Anita Lofrano. “Ser mãe torna a mulher muito sensível, achando que não vai dar conta dessa tarefa, até aquelas que planejaram a gravidez. Mas a gravidez é um momento mágico, e transforma, seja em qualquer idade”, comenta.
A psicóloga Paula Milestani também afirma: o período pode ser tranquilo. "Existem os riscos de uma gravidez em uma jovem? Sim. Mas ele pode ser um período bom e tranquilo? Pode. A adolescente precisa contar aos pais, que devem encaminhá-la a médicos, fazer os exames corretos, ter todos os cuidados necessários e assim, garantir uma gravidez segura. Psicologicamente, é preciso entender que ser mãe é uma nova fase, com responsabilidades e sim, com medos, mas que devem ser superados com ajuda da familia", explica Paula.
A relação mãe e filho é inexplicável, até para quem entende do assunto. Especialistas garantem: seja qual for a idade, é transformador. “Cada coisa que aprendemos com nossos filhos serve de aprendizado para crescer. Sempre tive minha mãe muito presente na minha vida, mas depois de ser também, passei a dar muito mais valor na minha. Estou criando meu filho da mesma forma como fui criada, dando para ele o mais importante de uma relação, que é muito amor e carinho”, finaliza Barbara.

A GRAVIDEZ NA TELEVISÃO




The Secret Life of the American Teenager, uma série de televisão, teve sua estreia em 1 de julho de 2008.
A série foi renovada em 9 de fevereiro de 2009 para uma segunda temporada constituída por 24 episódios. Na primeira temporada, enfoca as relações entre amigos e familiares e como eles lidam com a inesperada gravidez da inocente Amy Juergens. Já na segunda temporada, Amy deve enfrentar as dificuldades da maternidade e da escola ao mesmo tempo.
A série recebeu muitas opiniões negativas de críticos em sua estréia, mas foi muito bem recebida pelos seus telespectadores. A estréia da segunda temporada ganhou a maioria das opiniões positivas, e foi muito bem elogiada pelos críticos e telespectadores.
A série tem como tema central, o sexo, e como ele afeta a vida dos adolescentes, e a gravidez da protagonista Amy, de 15 anos.

SINOPSE

A série foca relações entre amigos e familiares de adolescentes. A história começa com uma inesperada gravidez de Amy Juergens, uma adolescente de apenas 15 anos e tem que escolher entre abortá-lo, dar ou mesmo ficar com seu bebê. Essa série é do gênero drama, romance e com algumas pitadas de humor.

Discussão: Será que a televisão acordando isso, não vai ainda mais "influenciar" na vida sexual do jovem? Ou só vai abrir os olhos para a dificuldade que é a gravidez precoce? 

FATORES QUE CONTRIBUEM PARA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA




Não é só a falta de comunicação entre o adolescente, família e escola e a “deseducação” sexual que se desenvolve nos meio de comunicação, que define que o primeiro irá experimentar de uma gravidez não desejada. Isto parece dever-se à existência de certas características pessoais e situações que facilitam a ocorrência da gravidez e a outras que dificultam. Então, podemos resumir que a gravidez na adolescência depende de muitos fatores e sua etiologia está relacionada com uma série de aspectos que podem ser agrupados, podem ser eles: fatores biológicos, fatores sociais, familiares, atitudes pessoais e a ignorância e falta de informação.
A idade média da ocorrência da primeira menstruação, a chamada menarca, diminuiu aproximadamente dez meses nas últimas gerações. É possível que este fato, possa influenciar no início precoce das relações sexuais e, em consequência, adiantar a idade e a incidência da fecundidade.
A nossa sociedade tem passado por muitas mudanças na sua estrutura, o que pode ter ajudado boa parte desta a se torna mais moderna. Essa modernidade é vista de forma errada, pois algumas pessoas a usam para se tornarem tolerantes e permissivos em relação à aceitação das relações sexuais na adolescência e, também, em relação à gravidez na adolescência. Ainda tem a mídia que exerce forte pressão social, que apresentam em novelas, filmes e músicas estímulos à prática sexual e como alguns jovens que ainda não tem um caráter totalmente formado, se deixam levar.
O ambiente familiar tem relação direta com a época em que se inicia o ato sexual. Assim sendo, adolescentes que iniciam a sua vida sexual cedo ou engravidam neste período da vida, normalmente vêm de famílias cujas mães também tiveram um caminho semelhante. As menina grávidas costumam pertencer a famílias com fracas relações interpessoais e que vivem geralmente nessa idade em condições de um certo afastamento, ou seja, pertencem à famílias desestruturadas.
Outra grande característica das famílias destas garotas é a ausência da figura paterna, sendo que muitas destas garotas chegam até nem saber quem são os seus pais. A isto, há juntar que muitas delas concebem as relações sexuais como forma de vingança ou castigo em relações aos pais.
Dados estatísticos mostram que a maioria das jovens que engravidam apresenta um perfil pessoal caracterizado por rendimento escolar baixo, ligadas às famílias de classe social baixa, e moradoras das regiões Norte e Nordeste do Brasil, sendo estas as regiões mais pobres do país. Algumas meninas e meninos, mesmo quando tem as informações precisas para evitarem uma gestação, custam a usá-las, pois no auge da sua ignorância acreditam que o uso da camisinha irá atrapalhar nas relações sexuais. 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Aqui vai um vídeo

Esse vídeo é uma breve passagem de um documentário que mostra a vida de adolescentes que ficaram grávidas e passaram a ter dificuldades após este acontecimento.





Gravidez Na Adolescência, uma rápida explicação











A gravidez quando acontece entre os 13 aos 19 anos é considerada na adolescência. Isso é apenas um dos resultados da falta do diálogo familiar e também mostra que a escola pode ter deixado a desejar, ou seja, não deu uma atenção maior para a educação sexual, mas existem outros fatores que contribui para este acontecimento. Uma gestação nesta fase da vida pode trazer sérios riscos para esta menina e também para o pai desta criança, que não tem nenhuma preparação e maturidade para cuidar de outra vida.
Os ricos de uma gravidez precoce não se limitam ao fato dos problemas que a mãe e o pai desta criança irão enfrentar na sociedade, como ter que abandonar os estudos, mas também entra os fatores biológicos e físicos desta adolescente, que muitas vezes ainda não tem uma formação total do corpo. Outro risco é o psicológico, que algumas meninas tende a enfrentar, pois não conseguem encarar toda essa situação de frente, algumas jovens até tentam se matar. Então a partir de tudo que foi citado, é importante que nossa sociedade saiba lhe dar com essas garotas. 

Ao longo do blog, iremos passar mais informações. Fiquem ligados!